Posted on

Fala galera do Saves Infinitos!!! Beleza?

Hoje, o nosso quadro “No meu tempo era assim…” falará de um jogo que teve uma importância monstruosa para a história dos games: o famoso Pinball, máquina famosa no Brasil, principalmente nos anos 80 e 90, antes dos consoles se popularizarem por aqui. Naquele tempo, a diversão principal era fazer uma bolinha bater no maior número possível de obstáculos.

Para conhecer a história do Pinball é necessário retroceder até o século XVI, na França. Era a época dos Aristocratas que, como passatempo, jogavam críquete. Mas, nos dias chuvosos, cansaram-se de esperar que a chuva passasse, e por essa razão os franceses tiveram a ideia de criar um jogo chamado Bagatelle. Este antecessor da máquina de Pinball era apenas um tabuleiro com pinos de madeira e uma bola, mas foi um sucesso tão grande que os soldados franceses levaram o Bagatelle para a América durante a Revolução Americana, em finais do século XVIII.

Bagatelle, o “avô” das máquinas de Pinball…

O Pinball foi oficialmente inventado em 1871. Foi o inventor Montague Redgrave, de Ohio, que transformou o jogo Bagatelle (que existia desde o século anterior) no primeiro jogo de Pinball. Conseguiu uma patente americana pelas suas “melhorias no Bagatelle”, que incluía uma mola em espiral, uma inclinação e (pequenos) berlindes. O jogo “Parlor Table Bagatelle” tornou-se popular em bares, onde conseguir pontuações elevadas era motivo de orgulho e podia valer uma bebida grátis. A máquina de Pinball tornou-se um verdadeiro sucesso durante a Depressão, na década de 30, devido à necessidade de encontrar formas de entretenimento de baixo custo. As primeiras máquinas automáticas, surgiram em 1931 e foi nessa altura que surgiram as primeiras máquinas a moedas nos EUA.

Mas nem tudo são flores. Quando em finais da década de 1930, as primeiras máquinas de Pinball apresentavam campos luminosos que registavam a pontuação, o governo dos EUA começou a considerá-las como um jogo de azar. As coisas ficaram ainda piores quando Bally começou a criar máquinas que efetivamente premiavam os jogadores com dinheiro. Estes ajustes entravam em conflito com a rigorosa legislação aplicável aos jogos de azar dos EUA e por isso o jogo foi proibido entre o início da década de 40 e 1976.

As primeiras aletas foram lançadas em 1947. É praticamente impossível imaginar uma mesa de Pinball sem aletas (“Mas o que são aletas?” são as famosas pazinhas, querido(a) leitor(a)), mas Gottlieb apenas as incluiu em 1947. Antes disso, os jogadores tinham de bater e inclinar a máquina para mudar a bola de direção. Apesar da introdução das aletas ter aumentando os requisitos em termos de habilidade, eliminando grande parte da componente de sorte, era já tarde demais: o jogo era proibido, associado à máfia e considerado um entretenimento perigoso para as crianças.

A famosa “pazinha” do Pinball. Dá para imaginar o jogo sem elas!?

Por conta disso, durante várias décadas, o Pinball era jogado secretamente, depois de muitos proprietários de máquinas Pinball serem perseguidos pela polícia de Nova Iorque e de muitas máquinas serem simbolicamente destruídas com marretas.

A centenária diversão quase acabou…

A interdição apenas chegou ao fim em 1976, quando Roger Sharpe testemunhou em tribunal que o Pinball tinha se tornado um jogo de competências e não um jogo de sorte ou de azar. Demonstrou-o jogando uma partida em tribunal e prevendo o movimento exato da bola antes de efetuar a jogada e associando a jogada ao “Babe Ruth” que foi o nome dado a um home run rebatido por Babe Ruth do New York Yankees na World Series de 1932. O seu desempenho convenceu a audiência de que se tratava efetivamente de um jogo de destreza.

Com a introdução dos microprocessadores, surgiram os games eletrônicos que ultrapassaram o Pinball. Mas apesar da explosão dos jogos eletrônicos na década de 80 ter feito com que as mesas de Pinball começassem a ganhar um pouco de pó, a indústria tentou reagir. Funcionalidades e designs criativos fizeram com que as novas máquinas se destacassem um pouco mais e muitas dessas funcionalidades continuam a existir hoje em dia. No entanto, o mesmo advento que iria tornar os Pinballs máquinas modernas, significaria o começo da derrocada das mesas, pois surgiram os arcades, ou se preferir, fliperamas, representados na época por Space Invaders, Pac-Man, Galaga e Asteroids. Mas isso é uma outra história…

As mesas já com o acabamento que conhecemos.

Com isso, os Pinballs passavam a dividir espaço não somente com os jogadores como também com as fabricantes, já que muitas empresas que produziam os jogos da bolinha passaram a produzir também arcades. Esta queda na popularidade, contudo, iniciou uma onda criativa entre os desenvolvedores das máquinas. Rampas, mesas com levels, multiball, etc., tudo isso virou costume dentro das mesas.

Na década de 1990, os pinballs continuariam a sofrer com a competição dos arcades. A utilização de franquias de cinema, como Batman e Jurassic Park, deram uma leve sobrevida às máquinas, mas empresas famosas, como a Gottlieb e a Williams, foram aos poucos deixando de funcionar. Ainda houve um retorno modesto com a fusão da Bally e da Williams, que criaram algumas máquinas extraordinárias que ainda hoje se destacam: Uma destas beldades é a famosa “The Addams Family” das quais foram produzidas 20 000 máquinas.

A máquina da Família Addams, uma das tentativas de retorno aos tempos de glória.

A última tentativa de voltar a colocar o Pinball no mapa foi com a máquina “The Pinball 2000”, que combinava vídeos com o tradicional jogo da bolinha. Diversas outras mesas começaram a incluir animações, jogos de computador e muito mais.

Tal como acontece com praticamente tudo hoje em dia, o centenário jogo foi transferido para o espaço digital. Continua a ser um game bastante popular online, mas as mesas tornaram-se basicamente um artigo de coleção e lembrança para os que curtiram essa época áurea.

Gostou do artigo? Curtiu essa época nos coloridos e luminosos Pinballs? Alguma história boa para nos contar? Fique a vontade nos comentários!!!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *