Fala galera do Saves Infinitos!!!!
Prontos para mais uma viagem no tempo do nosso “Reviver Jogos Antigos”?
O ano é 2005, a data é 22 de Março. A Sony voava em céu de brigadeiro com o Playstation 2, já preparando o seu sucessor. O ano não tinha trazido nenhum grande lançamento, além de Devil May Cry 3, uma compilação de The King of Fighters 2002/2003 e o tão esperado Altered Beast da Sega, mas que acabou não correspondendo a expectativa. Isso somente para fazermos menções honrosas aos lançamentos deste início de ano…
Mas nesse 22 de Março, fomos presenteados com um jogaço. Lendário! Clássico! Icônico! Épico! Memorável! Um dos maiores de todos os tempos: God of War!!! E é essa verdadeira lenda que homenagearemos hoje…
Você encarna na pele do Guerreiro espartano mais casca grossa do mundo dos games, Kratos. E ele inicia o game… se jogando de um penhasco??? Para entendermos seus motivos para tal ato desesperado, o game volta 3 semanas no tempo, quando Kratos está servindo aos deuses do Olimpo há 10 anos e está próximo de cumprir mais uma tarefa, que é derrotar a Hydra (primeiro chefe do game), em nome de Poseidon. Ao completar seu trabalho, Kratos evoca a deusa Atena, que diz ao protagonista que se ele concluir uma última tarefa, derrotar o Deus Ares, ele será perdoado por matar sua esposa e filha. Mas como assim, Saves Infinitos?
Explicamos pra você, querido(a) leitor(a)!
Kratos era um capitão bem-sucedido do exército espartano e levou seus homens a inúmeras vitórias, até que foram confrontados pelos terríveis bárbaros. Mesmo tendo maestria em táticas de combate, isso não foi o suficiente para a imensa força bruta dos adversários e esse confronto quase custou a sua vida. Prestes a ser morto pelo Rei dos Bárbaros, Kratos clamou pelo Deus da Guerra, Ares, a quem ele prometeu servir se ele poupasse seus homens e fornecesse o poder para destruir seus inimigos. Ares concordou e uniu as Lâminas do Caos (Blades of Chaos, no original), um par de lâminas acorrentadas forjadas nas profundezas do Tártaro, a seu novo servo, que equipado com as lâminas, decapitou o rei bárbaro.
Posteriormente, Kratos liderou um ataque a uma vila ocupada por adoradores de Atena. Sem o conhecimento de Kratos, Ares transportou secretamente a esposa e filha de Kratos para a aldeia; durante seu ataque frenético ao templo, Kratos acidentalmente as matou, enquanto ele estava sob o efeito de um feitiço lançado por Ares. O deus da guerra acreditava que este ato libertaria Kratos para se tornar o guerreiro perfeito, mas ao invés disso, o horrorizado e entristecido espartano renunciou ao seu juramento de servidão ao deus e jurou vingança contra ele. O oráculo da vila destruída amaldiçoou Kratos unindo as cinzas de sua família morta em sua pele, tornando-a branca e por esse motivo, acabou ganhando o apelido de “Fantasma de Esparta”. Atormentado por pesadelos de seu ato horrível, Kratos jurou servir aos outros deuses na esperança de livrar-se das visões e ser perdoado pela morte de sua família. Conforme avançamos no jogo, entendemos os motivos que o levam a querer tirar a sua vida no início do jogo. Mas não daremos spoilers sobre o enredo por aqui, para não estragar a sua surpresa se por acaso, você ainda não jogou este jogaço.
Deixando o enredo um pouco de lado, falemos da jogabilidade: As lâminas do Caos de Kratos por si só, já dão uma identidade única ao guerreiro espartano por serem diferentes de qualquer outra arma já vista até então. Além do visual diferente, combinando o botão de ataque com outros botões, diferentes golpes podem ser desferidos e, dados no tempo certo, resultam em combos destruidores. Mas em uma jornada para matar um deus, mais de uma arma se faz necessária para uma tarefa tão difícil.
Em God of War, Kratos também encontrará a Blade of Artemis, uma espada curva dada pela deusa Artemis; a Blade of Gods, usada na batalha final contra Ares; e as Blades of Athena, dadas por Athena no final do jogo. As duas primeiras, possuem 3 diferentes níveis de poder e evoluem através das esferas vermelhas, que o espartano vai conseguindo no decorrer do jogo ao derrotar inimigos e abrindo urnas.
Além das armas, Kratos recebe também golpes especiais no decorrer do jogo. São eles:
- Poseidon’s Rage: Uma magia dada a Kratos por Poseidon. Um ataque que libera uma eletricidade devastadora sobre inimigos próximos, acertando-os várias vezes e protege o guerreiro de ataques;
- Medusa’s Gaze: Ao matar Medusa por Afrodite, Kratos pegou sua cabeça e pode usá-la para transformar seus inimigos em pedra;
- Zeus Fury: Um poder dado a Kratos por Zeus. Permite que Kratos invoque raios em suas mãos e os jogue em inimigos distantes;
- Army of Hades: Dado a Kratos por Hades, no Templo de Pandora. Kratos pode invocar as próprias almas do Submundo, para atacar qualquer inimigo próximo.
God of War tem também duas relíquias. A Rage of the Gods: uma habilidade obtida e aprimorada com o upgrade das lâminas do Caos. O medidor aparece na parte inferior da tela e, quando estiver cheio, você poderá ativá-la. Enquanto ativada, Kratos causa muito mais danos aos seus inimigos e também sofre menos danos. E também o Tridente de Poseidon, encontrado no Templo de Pandora. Permite ao protagonista nadar, mergulhar e respirar debaixo d’água infinitamente sem se afogar.
Outro elemento que se tornou marca registrada no game, foi uma mecânica bem conhecida: o Quick Time Event, que pede ao jogador para apertar um determinado botão em intervalos rápidos para dar andamento a uma cena. Ele foi muito explorado nos filmes interativos dos anos 80 e alcançou seu formato moderno quase duas décadas depois com Shenmue, no Dreamcast. Porém, foi God of War que popularizou de vez a mecânica entre os jogos de ação, especialmente pela maneira cinematográfica com a qual foi realizada. De inimigos comuns aos chefões, o Quick Time Event serviu para que as lutas de God of War sempre mantivessem o jogador com a adrenalina de quem acompanha o desenrolar tenso das cenas de filmes de ação.
Cenas que aliás, são magistralmente apresentadas, assim como toda a parte gráfica do game. Os cenários são perfeitamente ambientados na Grécia antiga e alguns deles são colossais. Todos riquíssimos em detalhes. A trilha sonora possui um grande número de temas orquestrais bem desenvolvidos, com um uso criativo perceptível de instrumentação antiga e étnica, tornando-a mais rústica e pesada, captando o clima do game.
God of War foi aclamado mundialmente. Tom Lane, da CNN, escreveu: “God of War é o tipo de jogo que faz você se lembrar porque você joga games em primeiro lugar.” Ele disse que é viciante e que a ação é equilibrada com uma quantidade modesta de quebra-cabeças e elementos de plataforma. Ele elogiou a rapidez com que progride e disse que “é um dos mais violentos do mercado”. Sua excelente jogabilidade foi bastante elogiada por Chris Sell, da PAL Gaming Network. Ele escreveu que o aspecto mais agradável do combate é sua simplicidade e que os QTEs são “incrivelmente divertidos”, “altamente satisfatórios” e mais divertidos durante as lutas contra chefes. Em relação à combinação de combate com plataforma, Sell disse: “God of War faz isso perfeitamente.” Sua história, usando como base a mitologia grega, foi bastante elogiada apresentando alguns de seus personagens de uma maneira diferente e bastante original. Alguns críticos, afirmaram que os gráficos de God of War são os melhores do PS2. Os modelos de personagem são excelentes e cada nível tem sua própria sensação distinta. God of War realmente é um jogo que tem pouquíssimas falhas, e a única que vale a pena mencionar é o sistema de câmeras: embora elas façam um ótimo trabalho em seguir Kratos, há alguns momentos irritantes quando você é atacado por algo fora da tela, por exemplo.
God of War ganhou vários prêmios de “Jogo do Ano”. No Spike Video Game Awards de 2005, foi nomeado o “Melhor Jogo de Ação” e David Jaffe ganhou o “Designer do Ano” pelo jogo. Foi também nomeado para “Jogo do Ano”, “Melhor Performance de Dublador (T. C. Carson como Kratos) e “Melhor Trilha Sonora Original”. No Interactive Achievement Awards de 2006, ganhou vários prêmios, incluindo “Jogo do ano”, “Jogo de console do ano” e “Jogo de ação/aventura do ano”.
Para chegar em um jogo de tamanho patamar, a Sony Santa Monica começou a desenvolver God of War em 2002, sob o título provisório Dark Odyssey, e revelou-o dois anos depois no SCEA Santa Monica Gamers’ Day 2004. A GameSpot disse que os desenvolvedores descreveram a jogabilidade “como uma fusão da ação de Devil May Cry com a solução de quebra-cabeças de Ico” e notaram que os jogadores seriam capazes de “separar os inimigos com um único movimento, como rasgá-los ao meio”. O diretor e criador do jogo David Jaffe confirmou que o jogo seria uma apresentação cinematográfica. Embora o jogo seja baseado na mitologia grega, a equipe de desenvolvimento se deu “muita liberdade” para modificar os mitos e Jaffe disse que eles pegaram os “aspectos mais legais do assunto” e escreveram uma história usando esses elementos. Em uma entrevista para a Eurogamer, ele disse que embora a ideia de God of War fosse sua, o conceito se devia à Capcom, porque ele havia jogado Onimusha e disse “vamos fazer isso com a mitologia grega”. Ele foi inspirado em parte pelo longa-metragem de 1981, Clash of the Titans (Fúria de Titãs, no Brasil), dizendo, “o verdadeiro conceito elevado para mim foi … fundi-lo com a revista Heavy Metal”. Ele disse que gostou tanto “das coisas de crianças … com mitologia grega” e da ideia de adicionar temas mais adultos, como sexo e violência. Desde o começo, a Sony Santa Monica sabia que queria fazer um jogo de ação. Na época, o cenário era dominado por títulos japoneses, como Devil may Cry e Onimusha, que foram claras inspirações para o estúdio. A equipe sabia da enorme influência oriental no gênero que queria trabalhar, a ponto de aceitar a tarefa em tom de desafio.
“Teve uma época durante o desenvolvimento em que produtores japoneses estavam falando que produtores ocidentais jamais fariam um bom jogo de ação e aventura. Meio que na cara dura, eles disseram que esse bons jogos desse gênero eram japoneses. Os produtores ocidentais não têm a sensibilidade certa para isso”, afirmou o desenvolvedor Cory Barlog ao Conversations with Creators. “A gente encarou como desafio, como ‘legal, a gente vai cuidar dessa’. Acho que isso nos incentivou a pegar as melhores partes de jogos que gostamos, dos Castlevanias, dos Rygars, Zelda, e juntar tudo. Vamos fazer o jogo que nós queremos jogar”, contou Barlog.
E não foram só eles que quiseram jogar: milhões de outros gamers descobriram God of War, quiseram jogar, jogaram e jogam até hoje, fazendo o que era um jogo promissor para a época, se tornar um megaclássico. Kratos se tornou o símbolo que a Sony tanto buscava ao longo de sua grandiosa existência e não só isso, entrou para o grupo dos maiores heróis de games de todos os tempos. Viriam continuações, spin-offs, livros e diversas outras mídias desta que certamente, é uma das maiores obras-primas que o mundo dos games já produziu.
Ficha Técnica
Desenvolvedor: SCE Santa Monica Studio
Publicado por: Sony Computer Entertraiment
Diretor: David Jaffe
Programador: Tim Moss
Artistas: Charlie Wen, Terry Smith, Steve “Scat” Caterson
Roteiristas: Marianne Krawcsyk, Alexander Stein, David Jaffe, Keith Fay
Compositores: Gerard Marino, Mike Reagan, Ron Fish, Winifred Philips, Cris Velasco, Marcello de Francisci
Engine: Kinetica, Bluepoint Engine
Plataforma: Playstation 2
Lançamento: 22 de Março de 2005
Gênero: Ação e Aventura/Hack n’ Slash
Modo: Single player
Gostou do review? Qual a nota que você dá para este jogo lendário? Alguma experiência, história interessante sobre o game? Conta pra gente nos comentários!!! Muitíssimo obrigado por estarem com a gente e até a próxima!!!