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Olá Savers, hoje nossa missão é viajar no tempo para rever um pouco mais sobre como surgiu o Dream Team e também ver algumas curiosidades de antes e entre o desenvolvimento de Chrono Trigger. Então prepare sua bagagem e embarque conosco na Epoch nessa aventura temporal!

Antes de Chrono Trigger…

O primeiro grande nome é Hironobu Sakaguchi (produtor e criador da série Final Fantasy), sendo que o primeiro Final Fantasy foi lançado para Famicom. O segundo grande nome é Yuji Horii que foi o responsável pelo game design de Dragon Quest e que se inspirou em elementos do jogo ocidental Wizardry.

Guia do game Wizardry

O terceiro elemento foi o mangaká Akira Toriyama, que havia começado a publicar Dragon Ball em 1984, série que em pouco tempo se tornou sensação entre os quadrinhos japoneses. A Enix o contratou para ser responsável dos designs dos personagens de Dragon Quest, trabalho que mantém até hoje em todos os títulos da série. Horii o conheceu quando foi aos Estados Unidos, por conta de um concurso da Enix que reuniu quase todo o time de desenvolvimento dos jogos posteriores da empresa.

Akira, Horii e Sakaguchi

A ideia de Sakaguchi após conhecer seus futuros colegas era ousada, porque visava reunir em um mesmo projeto dois nomes fortemente ligados a um título que era um dos expoentes da maior concorrente da marca Squaresoft. Isso acontecia mesmo com Toriyama e Horii sendo freelancers, ao invés de empregados formais da Enix. Mesmo assim, em 1992 surgiu a ideia de Chrono Trigger (Dream Project).

Entretanto, Sakaguchi e Horii não tinham muita idéia de como desenvolver o jogo, se seria alguma aventura independente ou o segundo jogo da série Seiken Densetsu (série Mana criada por Koichi Ishii).

Curiosidade 1: Final Fantasy Adventure, primeiro Mana.

Final Fantasy Adventure, conhecido no Japão como Seiken Densetsu: Final Fantasy Gaiden ou Seiken Densetsu, lançado na Europa como Mystic Quest é um spin-off de Final Fantasy e é o primeiro jogo da série Mana). Ele foi publicado pela Square em 1991 no Game Boy.

A parte curiosa é que se os planos iniciais tivesse seguido seu rumo, Seiken Densetsu 2 (por aqui, Secret of Mana) tinha como primeiro nome interno Chrono Trigger. Por ter sido lançado antes, Secret of Mana acabou desocupando o nome antigo, que acabou livre para o Dream Team usar.

Iniciando o Projeto

Os trabalhos realmente começaram em 1993, com Sakaguchi, Horii e Toriyama na viagem para os EUA, onde analisaram o uso de gráficos computadorizados em jogos (algo que a Nintendo já estava trabalhando com a Silicon Graphics, para Donkey Kong Country). Pouco tempo depois, o time recebeu o reforço de Kazuhiko Aoki, designer de batalhas e eventos em títulos da série Final Fantasy, que se ofereceu para assumir a produção.

Kazuhiko Aoki

Curiosidade 2: Yuji Horii fez esboços iniciais do design de personagem, mas os desenhos eram estranhos, infelizmente acabou sendo recusado e descartado.

Os quatro desenvolviam os primeiros conceitos e ideias durante dias e o projeto agregou cerca de 50 a 60 funcionários da Square. O primeiro ano foi totalmente consumido por brainstorms, porque tema de viagem no tempo, sugerido por um funcionário não identificado, desagradava Masato Kato (FFVII, Xenogears, posterior supervisor dos ports de Chrono Trigger). Para Kato, este tema já estava abatido, repetitivo, nada original.

Curiosidade 3: Esboço inicial dos personagens por Kato.

Base para personagens, da esquerda para a direita e seus nomes provisórios: Filha de um Aristocrata (Marle), Robô de Lata (Robo), Homem Monstro (Frog), Menina Inventora (Lucca), Protagonista (Crono), “Maoh” (rei demônio, o nome japonês original de Magus), Garota Pré Histórica (Ayla) e um ancião.

Curiosidade 4: o Ancião.

Sábios do tempo por Akira Toriama

A idéia inicial era ter oito personagens jogáveis, por alguma razão a ideia foi descartada, mas o personagem não. Seu nome inicial era homem sábio. Então analisando ele pode ser um dos sábios do tempo.

A história engrenou através de conversas com Horii e outros roteiristas, entre eles Yoshinori Kitase, hoje vice-presidente da Square Enix, que produziu vários jogos da empresa, incluindo o próprio Chrono Trigger.

Yoshinoru Kitase

Muita gente acredita que Nobuo Uematsu, aclamado compositor dos principais temas de Final Fantasy, é quem criou a excelente trilha sonora de Chrono Trigger, mas a verdade é que o veterano atuou no projeto como profissional assistente e ele compôs poucas faixas, sendo que entrou no projeto para auxiliar na conclusão da trilha sonora. Entre as músicas compostas por Uematsu destacam Silent Light, People Without Hope e Sealed Door, entre outras.

Nobuo Uematsu

O verdadeiro gênio por trás da trilha sonora é Yasunori Mitsuda. Chrono Trigger foi seu primeiro trabalho como músico profissional em games. Originalmente um programador de som, ele estava descontente com seu trabalho na Squaresoft e estava no ponto que queria sair da empresa, quando Sakaguchi lhe ofereceu o posto de compositor do jogo.

Yasunori Mitsuda

A ideia era convencê-lo a ficar, ter uma proposta de pagamento melhor, além de melhores oportunidades na Square. A aposta acabou muito bem. Mitsuda é excelente compositor, mesmo novato mostrava serviço e chegava dormir no estúdio, trabalhava de forma incansável. Compôs muitas canções, temas dos personagens, as de mapas, To Far Away Times e a música tocada no final definitivo na versão de Nintendo DS.

Se nos aprofundarmos mais sobre o desenvolvimento do game, veremos outros nomes importantes que fizeram parte do projeto:

Akihiko Matsui

(Desenvolvedor, designer de batalhas. Foi um dos diretores de Chrono Trigger e trabalhou em vários sistemas de batalha para a série Final Fantasy.)

Noriko Matsueda

(Compositora, conhecida por seu trabalho nas séries Front Mission, The Bouncer e Final Fantasy X).

Takashi Tokita

(Desenvolvedor, trabalhou como designer principal de Final Fantasy IV, diretor de Parasite Eve e Chrono Trigger.) Entre outros funcionários, foi a maior equipe que a Square já teve a eterna Dream Team!

Após um ano, o plot foi tomando forma. O problema inicial do jogo envolvendo Marle e sua ancestral rainha Lenne foi uma ideia que agradou Horii. O jogo foi oficialmente apresentado em 1994, durante a V-Jump Festival.

Inicialmente planejado para o Nintendo PlayStation (união da Nintendo com a Sony que não se concretizou), o jogo foi migrado para cartucho de SNES. E, assim, com o projeto finalizado, dia 11 de março de 1995 é lançado oficialmente CHRONO TRIGGER.

Protótipo do console Nintendo PlayStation

Opinião e Consideração Finais

Nesse momento que estou escrevendo esse post, Chrono Trigger completou 27 anos no dia 11 de março. Eu na época que tinha Super Nintendo não tinha escutado, nem jogado. Quando ia em locadora (sim na minha época alocava fitas), talvez por ser raro ou por que só ia no que mais chamava atenção (eu era criança) não tive a oportunidade de ver o cartucho, coisa boa ver as caixas dos games e pegar a fita na mão (nostalgia gostosa).

Só tive conhecimento desse game na minha adolescência, no meu tempo de escola, primeiro com meus amigos, depois pelos meus primos. Infelizmente já tinha vendido meu Super Nintendo (TRÁGICO) e agora como vou jogar esse tal de Chrono Trigger sendo que não tenho mais o videogame?

Meus amigos, meus primos: É FÁCIL, EMULADOR. Então um dos meus primos me passou, fiquei fascinada ver aquele monte de jogos disponíveis pra jogar, sendo que eu só tive 32 fitas do Super Nintendo (ostentava e não sabia) mas, para comprar era muito caro dependendo da popularidade do game, estando com o cartucho e a “label” (adesivo que contém o nome do jogo) conservada é cara (hoje em dia ainda é), mas ainda bem que lançou pra outras plataformas Nintendo DS, Steam e até para celular.

Vale a pena jogar?

Gente vale muito a pena jogar, SIM!

Quando joguei pela primeira vez, ver aquele pêndulo surgindo na entrada, a música de fundo (entrada do SNES), o sino de fundo batendo na tela vazia, dando a sensação que o personagem está sonhando ou lutando, alguém chamando o personagem na hora dá até medo (“será que já vai ter luta logo no início?”, “só que não!!!”), sua mãe lhe acorda começa a tocar uma música aconchegante, lembrando até o início de Mother 2 /EarthBound 1994 (referência será!?).

Em seguida ir para a feira do milênio, onde está acontecendo festa, música animada, tem várias interações no cenário, o gato robô (primeira interação tecnológica no game, primeira luta pra conhecer a mecânica do game). Não tem tutorial, é na raça mesmo que precisa aprender, mas com o tempo se adapta. Cada personagem jogável tem sua história, são cativantes, (lembra muito Dragon Ball pela características dos personagens, mas também foi pelo Akira né!). Os temas musicais deles aparece em horas certas, por mais que “viagem no tempo” foi abordado em outros jogos, em Chrono caiu muito bem por que souberam trabalhar as transições entre os tempos. Destaco aqui o tempo normal de Chrono, Marle e Lucca que é feliz, colorido, cheio de vida, entretanto quando vamos ao futuro é triste, sem vida, clima pesado, a música muda completamente te dando a sensação de perigo. 

Tem horas que você fica “trancado” em algumas fases de propósito para não usar a viagem temporal, só pode viajar depois de completar a missão principal. Assim o jogo não fica repetitivo, podendo explorar bem cada local, vendo algo novo sobre a história. Se você acha que vai ser curto o game, está muito enganado. Quem já jogou sabe que são horas pra pegar tudo que o jogo oferece, quando se finaliza pela primeira vez ele libera o New game + e aumenta um pouco a dificuldade dos inimigos e libera alguns finais extras. Dependendo das escolhas da sua primeira jogatina, pode liberar finais interessantes, alguns médios. No total ele tem 14 finais (contando com o final extra para Nintendo DS, porque no original só eram 13).

Recomendo fortemente pra quem não jogou, que jogue, pra quem jogou jogue novamente, principalmente a versão de SNES e Nintendo DS que complementa o jogo com cutscenes lindas, imaginando como se fosse Chrono Trigger em anime. Falando em anime…

Curiosidade 5: OVA de Chrono Trigger no YouTube

AVISO DE SPOILER, LEIA POR SUA CONTA E RISCO!

CASO NÃO QUEIRA CONTINUAR, OBRIGADA POR LER! SE QUISEREM MAIS ARTIGOS COMO ESTES DE OUTROS GAMES CITADOS AQUI OU QUE VOCÊS GOSTARIAM DE VER SIGA A PÁGINA DO SAVES INFINITOS NO INSTAGRAM E FACEBOOK. ASS: Chris 😌

Curiosidade 6: finais interessantes (na minha opinião) e epílogo dos sonhos (Dream’s epilogue)? Final Nintendo Ds, Steam e celular.

A Dream Project (Projeto dos Sonhos)

Neste final você vê avatares representando os produtores: Akira, Uematsu, Sakaguchi, Horii e Aoki (Citados nesse Artigo).

A Slide Show? (Um show de slide?)

Pra ser sincera esse final não é tão interessante por que é só a Lucca e Marle comentando sobre os personagens do game, mas Chrono, que nunca fala durante a gameplay, tem sua ÚNICA FALA NESSE FINAL! (Chrono: O que vocês duas estão fazendo? Eu pensei que você disse algo sobre uma bela apresentação de slides?).

Dream’s epilogue (epílogo dos sonhos)

Para esse final precisa fazer quests específicas, finais anteriores para liberar, após isso em end of time, na lixeira, um portal para Eternal of darkness abre e Chrono e seus amigos observam o “profeta”, na verdade Magus, entrar em outro portal. Eles vão atrás e ao chegar, Magus está lutando contra Lavos, mas o monstro está “fundido” com Schala, sua irmã.  Mas como, se ela estava no Ocean Palace?

Bem depois do ocorrido no palácio, vários portais se abriram, alguns personagens foram jogados em outras linhas do tempo, infelizmente Schala de alguma forma encontra Lavos depois de ser derrotado e ela é presa por ele, se tornando algo indestrutível por sugar os poderes de Chaala e as memórias dela também são apagadas. O nome desse ser é Dream Devourer.

Se for lutar contra esse BOSS estejam bem preparados, essa criatura é muito FORTE, com TRINTA E DOIS MIL DE VIDA!

Tome cuidado, porque se perder o mundo pode ser destruído (Bad Ending), se vencer “não vai mudar muito”, mas Schala recupera por pouco tempo sua humanidade, abre um portal para os personagens, Janus/Magus tenta falar novamente com ela, mas infelizmente não tem o que fazer e Schala agradece e se despede. Magus revoltado enquanto retorna à sua linha do tempo apaga sua memória, ao chegar em uma floresta ele está abatido tentando lembrar de algo, mas em vão e ao final ele diz que quer encontrar algo não específico. O que será? O que aconteceu com Magus depois disso?

Ninguém sabe dizer…

Há várias teorias que tentam explicar porque Masato Kato criou uma “possível” continuação…

Mas isso é outra história!

2 Replies to “O Dream Team de Chrono Trigger”

  1. Olha, eu gosto muuuito de chrono trigger. Foi um jogo q abreu minha mente e me fez querer conhecer mais jogos assim.
    Foi o primeiro jogo que conseguiu me fazer chorar ( não de raiva 😆) mais sim de emoção. Ele é muito querido pra mim e sempre que vejo algo dele em qualquer lugar, eu sempre dou uma paradinha pra ler. Aguardo ate hoje uma continuação ou sei lá neh.

    1. Thiago, Chrono Trigger é uma grande obra-prima.
      Estamos esperando ansiosamente uma continuação também, seria uma das melhores coisas para os videogames!!!

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