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Fala galera do Saves Infinitos!!! Tudo bem???

Voltamos com mais um “No meu tempo era assim…” e vamos voltar ao final da década de 80, até início dos anos 2000, para falar de verdadeiros “templos” dos gamers daquela época: as locadoras!!!

Vamos jogar!!!

Antigamente, a molecada dependia (e demais) dos fliperamas para se divertir com jogos eletrônicos, que ficavam quase na sua totalidade dentro de bares, o que gerava imensa preocupação dos pais em ver os filhos jogando nestes ambientes. Mas aí, chegou a Atari com o seu Atari 2600 e sua avalanche de lançamentos que marcaram toda aquela geração. Com o videogame, as crianças não precisavam frequentar bares para desfrutar da jogatina. Anos depois, as gerações posteriores com Master System, Nintendinho, Mega Drive, Super Nintendo e outros trouxeram mais diversão para casa.

O único problema é que nem todo mundo tinha condições de ter um: Os jogos eram caros, a inflação exorbitante e nem todo mundo podia comprar, e também não havia compra de jogos online. Na verdade, nem acesso a internet pra ver o vídeo daquele jogo que você leu sobre ele pra ver se valia a pena comprar. Longe disso. “Mas peraí, Saves Infinitos? E como faziam naquele tempo?”

Cenário negro, seguidor(a)? Nada disso!!! Aí é que entravam as locadoras!!!

A Vogue Games, primeira locadora que frequentei

Tudo começou quando as pessoas que tinham videogame, viram uma oportunidade de ganhar dinheiro alugando seu aparelho por um determinado horário, normalmente no quintal ou garagem de casa. A febre foi se espalhando e as locadoras de vídeo vislumbraram uma possibilidade de lucro e foram dividindo espaço com os games. Com o passar do tempo, as locadoras especializadas em games foram surgindo Brasil afora. Eram espaços democráticos, onde pelo menos por uma hora, o garoto que não tinha condições de comprar um Super Nintendo, poderiam se divertir com os clássicos da Big N. Entre eles, este “garoto” que vos escreve.

Um dos grandes responsáveis por fazer as locadoras bombarem

Ganhei meu primeiro videogame no Natal de 1987 (um Atari 2600) da minha avó. Os cartuchos eram caros e as locadoras ainda não focavam nos games, o jeito era trocar jogos temporariamente com algum colega. Depois tive um Master System, já nos anos 90, só que não tinha grana pra um Super Nintendo ou Mega Drive. Jogava na casa dos amigos enquanto criança e aos 12 anos, comecei a frequentar aqueles lugares mágicos na intenção de alugar uns jogos para o meu Master na Vogue Video, uma locadora no meu bairro, em Duque de Caxias, baixada fluminense.

Quando cheguei lá pela primeira vez, encontrei uma locadora de filmes, que tinha um espaço pra aluguel de jogos e dois Super Nintendo alugados por R$1,00 a hora: um estava rodando o meu amado Street Fighter, o outro Sonic Blast Man, que eu também me amarrei.

Acabei desistindo de alugar jogos pro Master e joguei uma hora e meia no SNES. Joguei o Street Fighter, Sonic Blast Man e Prime Goal, com outro amigo que fiz lá na locadora e colocou mais meia hora pra gente jogar aquele futebol de times japoneses que nos divertiu muito antes da chegada de International Super Star Soccer. Os games estavam na crista da onda, a ponto do dono da locadora, o Carlinhos abrir uma locadora só para games, a Vogue Games. Quando abriu, foi aquele alvoroço: eram 7 máquinas de Super Nintendo e quatro máquinas de fliperama (duas de Street Fighter II, Mortal Kombat e Captain Commando), além de cartuchos para alugar de SNES, NES, Master System e Mega Drive. Era um verdadeiro paraíso para nós, sedentos por games.

O nosso point, onde aprendíamos a nos comportar (palavrões eram proibidos, não podia jogar com uniforme escolar e em algumas locadoras, entrar sem camisa), a cuidar das coisas dos outros (se deixasse o controle cair, levava uma bronca feia) e o mais legal disso: as amizades que a gente fazia lá. Tenho amigos que fiz nos tempos de locadora até hoje. A galera levava revistas de games pra pegar as dicas, truques ou golpes daqueles jogos em que a gente estava travado. Eram espaços democráticos, para todas as classes sociais, bastava ter a grana pro jogo ou ir com alguém que tivesse e pronto: a mágica acontecia. O garoto que não tinha condições de ter um SNES, tinha a chance de ser o herói da molecada zerando Donkey Kong Country ou Super Mario World.

As amadas revistas de games eram itens essenciais nas locadoras

Um dos obstáculos para essa diversão toda, eram nossos pais, que tinham dúvidas se o ambiente era apropriado para nós nos divertirmos ou se era um antro de delinquentes. Felizmente, a minha mãe percebeu que era um ambiente saudável e nunca me travou.

Um dos grandes baratos para os que possuíam videogames eram as promoções de pegar os jogos na sexta-feira após o almoço e só devolver na segunda-feira. A diversão nos fins de semana estava garantida!!!

Aluguei muitas vezes o futebol do Master System, para jogar com meus amigos, assim com Asterix e The Lucky Dime Caper, além do clássico Alex Kidd in the Miracle World. Com o Sonic, eu não precisava gastar, pois veio na memória do meu Master. Depois que comprei o Super Nintendo, o que não faltavam eram opções: Street Fighter, Mortal Kombat, Super Turrican, Tartarugas Ninja, Super Mario World entre outros tantos que tive o prazer de jogar. Fora as incontáveis vezes que aluguei jogos de Nintendinho e Mega Drive (os quais eu não tive) para jogar na casa dos meus amigos.

Com o passar do tempo, fui descobrindo outras locadoras, que possuíam o Neo Geo e acenderam a minha paixão por Fatal Fury, Samurai Shodown, The King of Fighters entre outros da gigante japonesa. E como qualidade custava mais caro, as horas de Neo Geo eram mais caras.

Os clássicos do grande Neo Geo

Era um frequentador tão assíduo de uma locadora perto da minha casa, que acabei trabalhando lá por um tempo. Era um verdadeiro paraíso, porque eu podia jogar a vontade, desde que ela estivesse vazia ou fechada. Acho que mais da metade dos jogos de SNES que eu zerei, foram lá…

Depois, fui trabalhar em outra locadora maior, que era de um amigo meu e tive contato com inúmeros títulos de diversos consoles, fora os fliperamas. Mas não fiquei muito tempo: tive que fazer estágio na escola e precisei sair. Nos anos que se seguiram, vieram Playstation, Sega Saturn e Nintendo 64 e a febre continuou firme e forte.

Os peso pesados da geração 32 bits

Mas como nem tudo dura para sempre, vieram os anos 2000, a pirataria tornava a compra dos jogos mais acessível e as locadoras foram perdendo força. Os jogos online para PC foram ganhando cada vez mais força e o surgimento das Lan Houses praticamente sepultaram as locadoras.

Os jogos online para os consoles foram se popularizando, juntamente com os jogos baixados pela internet e isso acabou decretando o fim dos templos da molecada das décadas anteriores, onde as diferenças desapareciam e a paixão em comum pelos games unia toda uma geração.

Ficaram as boas lembranças, as amizades e o aprendizado que carregamos conosco ao vivermos intensamente essa era de ouro, até mesmo nos bairros mais humildes nas garagens improvisadas.

E pode ter certeza, querido(a) seguidor(a): graças aos tempos de locadoras que nós, da equipe do Saves Infinitos estamos aqui hoje, trazendo conteúdo referente a esse universo mágico para você…

A Vogue, após o seu fechamento

E aí, querido(a) seguidor(a)? Viveu esse tempo das locadoras? Tem alguma história interessante para nos contar dessa época incrível? Deixe seu comentário pra gente!!! Até mais!!!

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